Jotta Oliveira – Piranhas
Direção diz que Celg está investindo mais em manutenção
A Celg foi convocada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para explicar os motivos da piora na qualidade do serviço prestado ao consumidor. Outras 15 distribuidoras brasileiras também deverão fazer o mesmo até amanhã. Todas terão de apresentar um plano para corrigir falhas e evitar ultrapassar os limites estabelecidos, o que acontece desde 2010.
Segundo a Aneel, os indicadores relativos ao tempo médio de duração de interrupções no serviço dessas distribuidoras vêm se mantendo acima dos limites estabelecidos pela agência há cinco anos. O consumidor pode ficar sem energia por até 17,29 horas em Goiás, mas a média por unidade consumidora é de 40,03 horas, segundo o último levantamento do índice de continuidade anual divulgado pela agência, que se refere ao ano de 2013.
Justificativa
Outra justificativa para a convocação, de acordo com a Aneel, é o “expressivo” aumento no número de reclamações recebidas na Central de Teleatendimento da agência de consumidores relatando problemas na distribuição de energia elétrica no Estado. “Fomos convocados para comparecer na sexta-feira (amanhã) para apresentar os dados da empresa, técnicos, econômicos e financeiros”, explica o diretor de Regulação da Celg Distribuição (Celg D), Elie Chidiac.
Na manhã de ontem, a diretoria da Aneel já havia recebido executivos da Ligth, que atende consumidores do Rio de Janeiro e da Baixada Fluminense. Além da Celg, ainda vão se reunir com a agência representantes da Eletropaulo (SP), Ceron (RO), Cepisa (PI), Eletroacre (AC), Ceal (AL), Amazonas Energia (AM), CEA (AP), Cerr (RR), Ceee-D (RS), AES Sul (RS), Ampla (RJ), CEB (DF), Celpe (PE) e Coelba (BA).
Amanhã, diretores e presidente da Celg D participarão da reunião em Brasília. “Depois de ouvir o que a Aneel tem a nos dizer, teremos um tempo para elaborar um plano de ações para melhorar os indicadores de qualidade”, diz Elie Chidiac. Esta não é a primeira vez que a Aneel convoca a Celg. No ano passado representantes da estatal também tiveram de explicar os motivos de não cumprir metas estabelecidas no contrato de concessão.
Investimentos
Neste ano, conforme explicou Elie Chidiac, essa convocação aconteceu em decorrência da falta de investimentos e o congelamento por cinco anos da tarifa de energia. “Isso debilitou a empresa e impossibilitou manutenção e expansão da rede, houve desfalque financeiro grave e por isso o governo estadual teve de socorrer e federalizou a empresa.” Atualmente, ele explica que a fase é de equilíbrio financeiro e os investimentos já voltam a acontecer.
“Investimos no ano passado cerca de R$ 225 milhões e este ano estão previstos R$ 300 milhões. Ou seja, agora começam a surgir mais investimentos e a melhora na qualidade do atendimento da população”, pontua. Por outro lado, o diretor de Regulação reconhece que os indicadores ainda não são os ideais. Mas com relação ao ano passado, a Celg D avalia que não houve uma “piora”.
Apesar de reconhecer crescimento no número de ocorrências de desligamento no sistema, a informação é de que não aconteceu aumento na duração ou na frequência. “É um sintoma de que as ações tomadas já refletem melhorias”, avalia o diretor técnico Humberto Eustáquio. Para sair do quadro de piora, a Celg D também deverá apresentar o equilíbrio financeiro.