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O câncer de mama é atualmente um dos que mais matam mulheres no Brasil e no mundo, ficando atrás apenas do câncer de pele tipo não melanoma, e responde por cerca de 25% do surgimento de novos casos da doença a cada ano, segundo informações do Instituto Nacional do Câncer (Inca). A estimativa de novos casos para 2015, segundo esse mesmo instituto, é de que 57.120 novos casos.
“É importante que a mulher fique atenta aos exames de rastreamento, que são aqueles feitos quando a paciente ainda não apresenta nenhum sintoma. Ele mata porque a maioria das mulheres o descobrem, quase sempre, tardiamente”, quem dá o alerta é a gerente de Saúde da Mulher, Criança e Adolescente, da Superintendência de Políticas de Atenção Integral À Saúde (Spais) da Secretaria da Saúde do Estado, Damiana Aparecida Andrade de Carvalho Moreira.Segundo ela quando descoberto cedo, as chances de cura são maiores e a qualidade de vida da mulher durante o tratamento também será melhor. Por outro lado, quando descoberto tardiamente o tratamento a ser feito será muito mais agressivo e havendo inclusive a possibilidade da doença já ter atingido outros órgãos.
O ideal é que mulheres que estejam na faixa etária que vai dos 50 aos 69 anos de idade realizem anualmente o exame preventivo (mamografia), ou no máximo, a cada dois anos. Mamografia é uma radiografia das mamas feita por um equipamento de raios X chamado mamógrafo, capaz de identificar alterações suspeitas. A gerente aponta ainda a importância do autoexame para a detecção precoce da doença. Um profissional de saúde (médico ou enfermeiro) deve orientar a mulher e ensiná-la a fazer o autoexame.
Sinais e sintomas
Os principais sinais e sintomas do câncer de mama são: caroço (nódulo) fixo, endurecido e, geralmente, indolor; pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja; alterações no bico do peito (mamilo); pequenos nódulos na região embaixo dos braços (axilas) ou no pescoço; saída espontânea de líquido dos mamilos. Ao identificar quaisquer dessas alterações persistentes nas mamas, as mulheres devem procurar imediatamente um serviço para avaliação diagnóstica, embora tais alterações possam não ser câncer de mama.
Fatores de risco
Não existe uma causa única para o câncer de mama, mas o tabagismo, alcoolismo, vida sedentária, alimentação rica em gordura, o uso de hormônios e fatores hereditários estão entre os maiores fatores de risco para o surgimento desse tipo de câncer. Aos fatores hereditários são creditados cerca de 5% a 10% da ocorrência do total de casos.
Fatores de proteção
Estima-se que 30% dos casos da doença possam ser evitados quando adotadas práticas saudáveis como a prática de atividades físicas regularmente, alimentação com menores teores de gordura, sal e açucar; a manutenção do peso corporal adequado, e evitando o consumo de bebidas alcoólicas e cigarros. Amamentar também é um importante fator de proteção.
Políticas Públicas em Goiás
A Secretaria de Saúde cuida da qualidade dos mamógrafos, realiza ações educativas junto aos municípios e promove capacitações para aperfeiçoar a qualificação dos profissionais de saúde que lidam com o diagnóstico e tratamento da doença. Atualmente Goiás tem 168 mamógrafos, desse total, 93 atendem via Sistema Único de Saúde (SUS).
Goiás tem mamógrafos suficiente
Damiana explica que Goiás atende aos parâmetros exigidos pelo Ministério da Saúde, segundo os quais é necessário um mamógrafo para atender a 240.000 habitantes. “Em Goiás o número de mamógrafos que temos é suficiente para atender a população, o que dificulta o acesso das pessoas a esses aparelhos é que a maioria deles estão concentrados na capital e região metropolitana de Goiânia”, garante ela.
De acordo com a gerente, por se tratar de um exame dispendioso, municípios menores acabam tendo uma maior dificuldade em manter o mamógrafo em funcionamento por inúmeras razões, entre elas estão o reparo e a manutenção do equipamento, que são bastante caros; além da mão-de-obra, já que é necessária a presença de um médico radiologista para fazer os laudos, e também a presença de um técnico radiologista, para realizar o exame. “Por esses motivos é preciso que o aparelho realize um determinado número de exames por dia para que seja mantido em determinado município, por isso eles acabam se concentrando em municípios com maiores recursos, o que resulta, muitas vezes, em dificuldade de acesso para as pacientes”, esclarece a gerente.
Histórico do Outubro Rosa
Outubro Rosa é uma campanha de conscientização que tem como objetivo principal alertar as mulheres e a sociedade sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama. Esta campanha acontece com mais intensidade no mês de outubro e tem como símbolo o laço cor de rosa.
O movimento surgiu em 1990 na primeira Corrida pela Cura, realizada em Nova York, e desde então, tem sido promovida anualmente na cidade. Entretanto, somente em 1997 é que entidades das cidades de Yuba e Lodi, na Califórnia (EUA), começaram a promover atividades voltadas ao diagnóstico e prevenção da doença, escolhendo outubro como epicentro das ações. Hoje o Outubro Rosa é realizado em vários lugares do mundo. E em qualquer lugar do mundo, a iluminação rosa é compreendida como a união dos povos pela saúde feminina.