Jotta Oliveira – Piranhas
Casal com queimaduras aguarda atendimento dentro de ambulâncias (Foto: Reprodução/ TV Anhanguera)
O carpinteiro Roberto Nominato e a mulher, Elisiane Nominato, estão com mais de 60% dos corpos queimados devido a uma explosão provocada por vazamento de gás na casa em que moram, em Aragarças, no oeste goiano. Como na cidade não há Unidade de Terapia Intensiva (UTI), eles percorreram 400 km em duas ambulâncias até Goiânia. No entanto, familiares do casal denunciam que eles não conseguiram atendimento na rede pública na capital e tiveram que retornar para o interior.
A Central de Regulação da Secretaria de Saúde informou que a vinda dos pacientes para Goiânia não foi comunicada pelo hospital de Aragarças. O órgão informou ainda que está tentando, desde que eles chegaram, um leito de UTI. Se a vaga surgir, o casal poderá novamente encaminhado para Goiânia.
Procurado, o Hospital Municipal de Aragarças não atendeu às ligações até a publicação desta reportagem.
A explosão na residência do casal ocorreu na quarta-feira (25), quando foram atendidos em no hospital municipal. No dia seguinte, eles foram transferidos para a capital, onde chegaram por volta das 17h. Irmão de Roberto, Rildo Nominato explica que ao procurar tratamento no Hospital Maria Auxiliadora foram informados que o laudo que regula o encaminhamento estava com o número de protocolo errado e indicava tratamento ortopédico.
Em seguida, o casal foi levado ao Pronto Socorro de Queimaduras, mas a unidade informou que não havia vaga e fizeram apenas um curativo. Segundo Rildo, os atendentes da unidade pediram que eles esperassem no ambulatório até que surgisse uma UTI no hospital.
Entretanto, o ambulatório estava fechado e a atendente disse que eles não podiam ficar no local. “Mandaram a gente para um ambulatório no Setor Pedro Ludovico, de lá mandaram nós de volta para Aragarças, não quiseram nos atender”, denuncia Rildo.
O casal reclamava de dor e conseguiu uma medicação no ambulatório. “Estou até sem palavras, passando mal, ruim demais, nossa senhora, só deus para ter dó de mim”, lamentou Roberto.
Sem atendimento devido na capital, a família registrou boletim de ocorrência no 5º Distrito Policial de Goiânia. “A gente procurou todos os meios, a gente chega lá e falam as mesmas coisas. Então eu acho que é omissão de socorro”, denuncia a cunhada de Roberto, Salete Rodrigues de Faria.
Foram 12 horas em busca de atendimento, mas sem resultado. O casal voltou para Aragarças às 5 horas desta sexta-feira (27/02).