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Dois anos depois da queda de helicóptero em Piranhas, inquérito ainda não está concluído

Por Jotta Oliveira – Do Tribuna Piranhense, em Piranhas

Da Redação com informações do G1

Dois anos após a queda do helicóptero da Polícia Civil de Goiás que causou a morte de oito pessoas, em Piranhas, região sudoeste do estado, o inquérito policial sobre o acidente ainda não foi concluído. De acordo com o delegado geral da PC, João Carlos Gorski, a investigação depende do relatório do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa).

“A Polícia Civil também espera uma resposta. Porque na nossa investigação, em todas as oitivas de testemunhas, levantamentos no local do acidente, não foi possível apontar as causas do acidente. Como a aeronave não possuía caixa-preta, foi necessário recolher peças da aeronave que sobraram. Elas foram todas encaminhadas para a aeronáutica para esta análise”, afirmou Gorski.

O Cenipa não se pronunciou sobre a demora para concluir o relatório até a publicação desta reportagem.

A tragédia ocorreu no dia 8 de maio de 2012, quando um grupo de policiais e peritos voltava de uma fazenda de Doverlândia, onde sete pessoas haviam sido assassinadas no dia 29 de abril daquele ano. Eles tinham ido ao local fazer a segunda parte da reconstituição da chacina.

Morreram no acidente os delegados Osvalmir Carrasco e Bruno Rosa Carneiro – os dois estavam pilotando o helicóptero – Antônio Gonçalves, Vinícius Batista Silva e Jorge Moreira; os peritos Marcel de Paula Oliveira e Fabiano de Paula Silva; e também o principal suspeito da chacina em Doverlândia, Aparecido de Souza Alves.

Na próxima sexta-feira (9), será feita uma homenagem às vítimas durante o culto ecumênico em celebração ao Dia do Polícia Civil. O evento está marcado para as 9 horas, no auditório da Secretaria de Segurança Pública de Goiás, em Goiânia.

Causas

As causas do acidente são desconhecidas. Na época da tragédia, o fabricante emitiu uma nota descartando que o problema era na aeronave. Segundo a indústria, o helicóptero modelo Koala, avaliado em cerca de R$ 8 milhões, era um dos mais modernos e seguros da categoria.

Falhas na manutenção do helicóptero são investigadas. Por isso, o Ministério Público de Goiás pediu, liminarmente, a suspensão do contrato de prestação de serviço entre o estado e a empresa responsável pela inspeção da aeronave, Fênix Manutenção e Recuperação de Aeronaves Ltda, que continua a fazer a manutenção dos helicópteros da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros.

Para a promotora, a empresa não corresponde às exigências do contrato, o que pode acarretar uma manutenção fora dos padrões mínimos de segurança. Por isso, o contrato deve ser suspenso. “Na ocasião daquele acidente, a empresa não estava homologada, estava com as atividades suspensas. A Anac nos informou que houve a sindificação dessa empresa no dia 2 de maio, no dia que antecedeu a assinatura do contrato. O contrato exige detalhamento, ferramentas, mão de obra e nós detectamos que em algumas manutenções não houve correspondência ao que exige o contrato”, explicou Marlene.

Procurada pelo G1, a Fênix informou que é uma empresa idônea e capacitada para a manutenção de aeronaves. Em relação à ação do MP, a Fênix informou que não vai se pronunciar no momento porque não tem conhecimento do que se trata.

As famílias das vítimas reclamam da demora na conclusão do inquérito, pois querem saber o que de fato ocorreu. “A gente tem necessidade dessa resposta. Eu não quero essa interrogação para o resto da minha vida. Ele saiu de casa muito bem e totalmente empenhado em contribuir com a Polícia Civil para a elucidação daquela barbárie e não voltou mais”, lamenta a mulher do delegado Osvalmir, Gyzely Cândida de Oliveira Carrasco.

Chacina

A chacina de Doverlândia aconteceu no dia 28 de abril de 2012. Sete pessoas foram degoladas em uma fazenda a 46 km de Doverlândia, no sul de Goiás.

Dois dias depois, Aparecido de Souza Alves foi preso suspeito do crime. Ele confessou ter matado todas as vítimas para roubar um dinheiro que estaria na propriedade. “No momento, só pensei no dinheiro. Fui totalmente estúpido”, disse ele na época do crime.

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