A Secretaria da Saúde tem desenvolvido iniciativas para reduzir a mortalidade materna em Goiás. Ocorrida durante a gestação ou no período de 42 dias após o parto, a morte materna está relacionada a uma série de fatores agravados pela irregularidade, baixa qualidade ou não realização do pré-natal. Segundo registros do Ministério da Saúde, de 2007 a 2013 os índices de mortalidade materna em Goiás eram menores do que os verificados no restante do País. Enquanto em 2013 foram notificadas 58,05 mortes de mulheres por 100 mil nascidos vivos; no Estado esse índice ficou em 51,97 mortes de mulheres por 100 mil nascimentos.
Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), é considerado aceitável até o percentual de 40 mortes de mulheres para 100 mil nascidos vivos. Esse índice foi atingido nos três maiores municípios do Estado como Goiânia, Aparecida e Anápolis. O desafio agora está em reduzir os patamares da mortalidade ao intensificar a oferta de pré-natal às gestantes.
A gerente de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente, Damiana Aparecida Andrade de Carvalho Moreira, informa que o Ministério da Saúde preconiza como imprescindível a realização de no mínimo sete consultas no pré-natal. O levantamento da SES indica que, em todo o Estado, 18 municípios localizados em nove Regionais de Saúde não alcançaram esta meta. Tal situação levou os técnicos da saúde estadual a se reunirem com os gestores municipais com os objetivos de conscientizá-los sobre a questão e definir estratégias para melhorar tanto a qualidade quanto a quantidade dos procedimentos durante a gestação.
Causas
Damiana Moreira acentua que o pré-natal não se limita às consultas com médicos. “Há também a necessidade da avaliação feita por enfermeiros e a realização de exames periódicos no momento definido pela equipe médica”, complementa. Todos estes procedimentos, acrescenta a gerente, são fundamentais para a realização da classificação de risco das gestantes e o encaminhamento, quando necessário, para o tratamento de gestação de alto risco.
As principais causas da mortalidade materna são doença hipertensiva da gestação, síndromes hemorrágicas, diabetes gestacional, infecções puerperais e o abortamento inseguro, bastante subnotificado em Goiás. Levantamentos feitos pelo Ministério da Saúde, no entanto, indicam que 90% das mortes maternas são evitáveis se as grávidas tiverem acesso pleno ao pré-natal de qualidade. “Infelizmente, verificamos que muitas mulheres não fazem o pré-natal nos municípios onde residem devido ao desconhecimento da importância destas consultas e exames para a saúde delas e dos bebês”, enfatiza.