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Mãe é presa suspeita de ser conivente com estupro que levou a morte da filha, em Bom Jardim de Goiás

Jotta Oliveira – em Piranhas

A pequena Lívia morreu no dia 19 de abril (Foto: Reprodução)

Lídia Xavier, de 25 anos, foi presa suspeita de ser conivente com abusos sexuais que levaram a morte de sua filha, Lívia Raquel Nery dos Anjos, de 4 anos, em Bom Jardim de Goiás, na região oeste do estado. Segundo a polícia, o padrasto da vítima, de 28 anos, é quem teria estuprado a criança dentro da própria casa. Sandro Ferreira foi preso no dia 19 de abril, mesmo dia em que a criança morreu.

O crime está sendo investigado pela Delegacia da Polícia Civil de Aragarças. Segundo o delegado Ricardo Galvão, a pequena Lívia também foi asfixiada mecanicamente durante os abusos do padrasto.

Lídia Xavier foi ouvida pela polícia, na última segunda-feira (25/04), e voltou a negar que tinha conhecimento dos abusos sofridos por sua filha. Conforme apurou o Tribuna Piranhense, a mulher chorou e afirmava a todo momento que nunca notou nenhuma atitude suspeita de seu marido e, por isso, não tinha motivo para desconfiar dele. Após ser ouvida, ela chegou a ser liberada, antes de ser presa 48 horas depois.

A polícia afirma que surgiram testemunhas afirmando que a mãe [Lídia] maltratava a filha [Lívia] com xingamentos, dizendo, inclusive, que a criança “tinha que morrer”. O delegado Ricardo Galvão revelou ainda que, no dia em que Lívia foi levada até o hospital, a mãe deu banho nela minutos antes e, diante disso, segundo Galvão, “não seria possível não ter percebido uma lesão no órgão genital da filha”.

Desde o início das investigações, Lídia – que largou o pai da pequena Lívia para ficar com Sandro – é suspeita de conivência. “Ela é suspeita de ser conivente. Ela defende o marido o tempo todo, mas não tem como ela não ter percebido a violência”, diz Galvão.

A prisão de Lídia Xavier é temporária e deve durar trinta dias, podendo ser prorrogada por mais trinta ou convertida para preventiva, dependendo do desenrolar dos fatos.

Entenda

Na sexta-feira (15/04), a pequena Lívia começou a ter febre e dores no corpo e no dia seguinte foi levada ao Hospital Municipal de Bom Jardim de Goiás, mas logo recebeu alta. Na segunda-feira (18/04), voltou a passar mal e foi conduzida a unidade de saúde, onde foi medicada e levada para a casa, durante a tarde. Quando retornou para a residência, ela foi cuidada pelo padrasto. Por volta das 23h do mesmo dia, Lívia teve o estado de saúde agravado e precisou ser levada às pressas para o Pronto Socorro de Barra Do Garças, onde tem Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas não resistiu e morreu.

De acordo com o delegado Ricardo Galvão, a equipe médica estranhou as marcas no corpo da criança e acionou a polícia, que através do exame de corpo delito, constatou que houve violência sexual e morte violenta. A perícia indicou ainda que o hímen da menina já havia sido rompido antes da última violência sexual e que as dores que a vítima estava sentindo, provavelmente foram em razão da compressão realizada sobre os pulmões dela durante a violência, provocando ferimento interno.

“Pelo espaço cronológico apontado pelos legistas nós acreditamos que ela foi abusada na tarde de segunda-feira e quem estava na casa nesse período era o padrasto”, frisou Galvão, que afirma não ter dúvidas da autoria do crime. “Nós ratificamos o pedido de prisão do Sandro e o exame de DNA deve confirmar a suspeita da polícia”, explicou o delegado.

A mãe de Lívia, que se separou do pai da menina para ficar com Sandro, disse que não desconfiava de nada do companheiro e que aguarda os exames para confirmar a autoria do crime. Um vídeo foi encontrado no celular de Sandro o mostra pelado na frente da esposa com a filha mais nova no colo. Sandro comentou com a polícia que o vídeo foi um momento de bobeira e negou que tenha fetiche por criança.

Um exame de DNA, solicitado pela Polícia Civil, deve ficar pronto no mês de maio.

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