Jotta Oliveira – com O Popular
(Foto: Reprodução)
Os municípios do interior enfrentam duas dificuldades principais para se adequarem às normas de transparência. A primeira é a manutenção de pessoal capacitado, seja na área fiscal ou na área de tecnologia da informação. É o que diz Cleudes Baré (PSDB), presidente da Associação Goiana dos Municípios (AGM).
“Os municípios estão assoberbados de obrigações e com poucos recursos. A grande maioria dos prefeitos foca hoje em saúde e educação. Os municípios não têm capacidade de investimentos. Essa é a realidade nua e crua”, aponta ele, que também é prefeito de Bom Jardim de Goiás, município da região oeste do Estado.
Apesar da dificuldade financeira alegada pelos municípios, a Controladoria-Geral da União (CGU) e a própria AGM oferecem orientações e sistemas gratuitos de controle de gastos e transparência. O segundo fator, mais complexo na opinião de Baré, é um atraso cultural em relação ao tema.
“A sociedade não está interessada muito, embora deveria. Quem preocupa normalmente é o opositor, quando está fora do poder. Mas quando está dentro, também despreocupa”, afirma o prefeito.
A mudança para isso, de acordo com o tucano, passa pela maior autonomia dos municípios.
”Não é que prefeitos não façam as coisas porque são incompetentes e corruptos. No interior as pessoas têm acesso ao prefeito e a cobrança é muito grande. Aí o gestor foca no clamor”, explicita.