Por Jotta Oliveira – Do Tribuna Piranhense, em Piranhas
Da FAEG
Na tarde do ultimo dia 14 de abril, o secretário de Agricultura, Pecuária e Irrigação, Antônio Flávio Camilo de Lima, se reuniu com representantes da classe produtiva de Goiás para discutir a suspensão da vacina contra a febre aftosa no rebanho do Estado. Representando a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), Christiane Rossi e Maurício Velloso discutiram o projeto. De forma geral, ficou definida a continuidade da vacinação contra aftosa em Goiás.
Na sede da Seagro, as lideranças foram apresentadas à proposta de criação de Plano Agropecuário. A proposta é que o plano seja discutido, no final do mês de maio, em reunião com secretários de Estado de Agricultura de todo o país. O Plano deve envolver um colegiado responsável por discutir, entre outros assuntos, medidas a serem tomadas pelos setor nos próximos anos em referência a controle sanitário, transporte, comercialização e a atividade pecuária de uma forma geral.
Suspensão da vacina
No dia 18 de março, a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Irrigação (Seagro) propôs a suspensão da vacina contra a febre aftosa em Goiás. Em debates promovidos pela Faeg e outras instituições, como a Sociedade Goiana de Pecuária e Agricultura (SGPA) e Sindicato das Indústrias de Laticínios no Estado de Goiás (SindiLeite), as entidades concluíram que o estado precisa consolidar novas medidas e práticas antes de estabelecer a retirada da obrigatoriedade da vacina.
José Mario Schreiner, presidente da Faeg, esclareceu que para conquistar novos mercados com a zona livre de aftosa sem a vacina é necessário que todo o país implemente a política de vigilância sanitária. “Partir para o status de zona livre de aftosa sem vacinação é algo que todos os produtores esperam ansiosamente, haja visto que já estamos há 18 anos sem foco da doença. Mas, para países como a Coréia e o Japão, não basta que apenas Goiás não vacine mais. Precisaríamos fazer um esforço muito grande para que todo o Brasil estivesse num mesmo status de zona livre da aftosa”, explicou.
Para o presidente da Comissão de Gado de Corte da Faeg, Maurício Velloso, a medida é fundamental para que Goiás e os demais estados avancem para um estágio livre de aftosa que de fato garanta vantagens para o produtor e a economia. “Precisamos pensar no futuro da pecuária envolvendo toda a cadeia produtiva. Isso significa incluir desde os processos e pessoas envolvidas na inseminação do gado, até o consumo na mesa das famílias. Apesar de a suspensão da vacina ser fundamental, este não é o momento certo”, argumentou.
Velloso explicou que os processos que assegurem a suspensão da vacina precisam estar muito bem consolidados para que não haja um enfraquecimento da classe produtora ou da carne goiana no mercado. A não obrigatoriedade da vacina exigiria, entre outras medidas, na restrição do tráfego de animais e de couro entre Goiás e outros Estados.