Jotta Oliveira – em Piranhas
A pequena Lívia morreu no dia 19 de abril (Foto: Reprodução)
O exame de DNA, solicitado pelo delegado Ricardo Galvão, responsável pela investigação da morte de Lívia Raquel Nery dos Anjos, de apenas 4 anos, que deveria ter ficado pronto no final do mês de maio, ainda não foi concluído e ainda não há previsão para a conclusão. A morte aconteceu no dia 19 de abril, no Pronto Socorro de Barra Do Garças (MT) e, após exames realizados, ficou constatado que a criança foi estuprada e asfixiada antes de morrer. Segundo a Polícia Civil (PC), o principal suspeito do crime é o padrasto da menina, Sandro Ferreira, de 28 anos, que foi preso no mesmo dia do falecimento. Ele convivia com a família da vítima há aproximadamente um ano, em Bom Jardim de Goiás. Lídia Xavier, de 25 anos, mãe da vítima, também foi presa, acusada de ter sido conivente com o crime.
Entenda
No dia 15 de abril, a criança começou a ter febre e dores no corpo e no dia seguinte foi levada ao Hospital Municipal de Bom Jardim de Goiás, mas logo recebeu alta. No dia 18 de abril, voltou a passar mal e foi conduzida a unidade de saúde, onde foi medicada e levada para a casa, durante a tarde. Quando retornou para a residência, ela foi cuidada pelo padrasto. Por volta das 23h do mesmo dia, Lívia teve o estado de saúde agravado e precisou ser levada às pressas para o Pronto Socorro de Barra Do Garças, sendo internada em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas não resistiu e morreu.
De acordo com o delegado Ricardo Galvão, a equipe médica estranhou as marcas no corpo da criança e acionou a polícia, que através do exame de corpo delito, constatou que houve violência sexual e morte violenta. A perícia indicou ainda que o hímen da menina já havia sido rompido antes da última violência sexual e que as dores que a vítima estava sentindo, provavelmente, foram em razão da compressão realizada sobre os pulmões dela durante a violência, provocando ferimento interno.
A mãe de Lívia, que se separou do pai de criança para ficar com Sandro, disse que não desconfiava de nada do companheiro e que aguarda os exames para confirmar a autoria do crime. Ela foi presa no dia 28 de abril acusada de conivência com os atos do companheiro. A mulher foi ouvida pela polícia no dia 25 de abril e negou que tinha conhecimento dos abusos sofridos por sua filha. Conforme apurou o Tribuna Piranhense, a mulher chorou e afirmava a todo momento que nunca notou nenhuma atitude suspeita de seu marido e, por isso, não tinha motivo para desconfiar dele. Após ser ouvida, ela chegou a ser liberada, antes de ser presa 48 horas depois.
A polícia afirma que surgiram testemunhas afirmando que Lídia maltratava Lívia com xingamentos, dizendo, inclusive, que a criança “tinha que morrer”. O delegado Ricardo Galvão revelou ainda que, no dia em que Lívia foi levada até o hospital, a mãe deu banho nela minutos antes e, diante disso, segundo Galvão, “não seria possível não ter percebido uma lesão no órgão genital da filha”.
“Ela é suspeita de ser conivente. Ela defende o marido o tempo todo, mas não tem como ela não ter percebido a violência”, diz Galvão.
O prazo da prisão temporária de Lídia Xavier, que terminaria no dia 28 de maio, foi prorrogado por mais trinta dias. Pode acontecer uma conversão para prisão preventiva, dependendo do desenrolar dos fatos.