Jotta Oliveira – Piranhas
(Foto: Reprodução)
O Conselho de Administração da Celg Distribuição (Celg D) aprovou na terça-feira o orçamento para o ano de 2015. Serão R$ 350 milhões para investimentos na expansão, melhoria e manutenção da rede de distribuição de energia no Estado. O valor é 23,4% menor do que o aprovado em 2014, que foi de R$ 456,8 milhões. E também ficou abaixo da expectativa que havia sido divulgada, de R$ 800 milhões para os próximos dois anos.
“Na realidade, a proposta era maior, mas colocamos o que é possível executar dentro da nossa capacidade, porém um número compatível com o que era esperado”, explica o presidente da Celg D, Leonardo Lins de Albuquerque. Ele explica que o plano de investimentos envolve obras, custo de pessoal, além de expansão de rede e programa de eletrificação rural (veja no quadro), custos diretos e indiretos para melhorar o atendimento ao consumidor.
Para chegar a este orçamento, alguns pontos foram priorizados e foram consideradas as obras que já estavam em andamento e aquelas que ainda devem começar neste ano, conforme o presidente detalhou ontem para a reportagem. “A gente segue com o que tem e vamos buscar captação de mais recursos, o que também tem a necessidade de autorização da Eletrobras.”
O programa de investimentos para 2015 segue para que a Eletrobras aprove, depois vai para o Ministério do Planejamento e por fim para o Congresso Nacional. Por isso, Leonardo Lins explica que como uma estatal federal esse processo passou a ser diferente do que ocorria antes da federalização e, sendo assim, a avaliação teve de ser profunda para ser aprovado. “É uma visão otimista, não adianta dar uma sinalização de mais recursos do que iria aplicar.”
Próximos anos
Somente em investimentos diretos para o sistema elétrico, o presidente da Celg D diz que o ritmo de obras cresce e o montante destinado a elas também, desde 2012, quando iniciou a gestão compartilhada entre Estado e União. Sobre a necessidade de R$ 1,6 bilhão de 2015 a 2018, ele diz que isso seria a soma de custos diretos e indiretos, o que inclui obras que já iniciaram ou que ainda estão previstas para começar nesse período.
“Essas projeções divulgadas em novembro foram atualizadas e os R$ 800 milhões para os próximos dois anos foi uma média”, justifica. Sobre os R$ 350 milhões de 2015, o diretor de Distribuição da Eletrobras, Marcos Aurélio Madureira, que também é presidente do Conselho de Administração da Celg D, explicou que para os anos seguintes o orçamento será “da mesma ordem”.
Além de Madureira e Lins, o conselho é composto pelos representantes da Eletrobras Guilherme Furst e Pedro Carlos Hosken. Da Celg Par, fazem parte José Fernando Navarrete e Simão Cirineu, que não participou desta última reunião. Além do orçamento, o plano anual de auditoria foi definido. E, ao contrário do que era esperado, nenhuma decisão de novos nomes para as diretorias foi discutida nesse encontro.
“A diretoria continua compartilhada e a nova composição ainda vai ser avaliada entre os acionistas”, disse Marcos Aurélio Madureira. Ele confirmou que esse assunto ainda é pauta de próximas reuniões e que segue a expectativa para que das sete diretorias quatro tenham nomes indicados pela União e três pelo governo do Estado.
Melhorias
Ao aproveitar a passagem por Goiânia, Madureira também participou de reunião sobre melhorias necessárias para alcançar pelo menos os limites regulatórios dos indicadores de qualidade acompanhados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Um plano de resultados será elaborado pela Celg D para mostrar as ações efetivas em 24 meses e enviado à Aneel, conforme foi pedido pela agência reguladora na semana passada.
A Celg D ainda não recebeu documento oficial que passa a contar o prazo de 60 dias para entregar esse plano, que depois de aprovado será acompanhado trimestralmente para que obtenha resultado. Outras 15 empresas brasileiras foram chamadas pela Aneel para apresentar plano.
Além da piora dos indicadores de frequência e duração dos cortes de energia, O POPULAR mostrou na terça-feira que a Celg D foi responsável por 47% das reclamações sem resposta na Ouvidoria Setorial da Aneel em 2014, o pior desempenho do País, com tempo médio para envio de respostas de 53 dias e 735 reclamações registradas sem reposta. E no ranking de densidade de reclamações pertinentes, é a quinta com maior índice.