Destroços do helicóptero que caiu em fazenda de Piranhas (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)
Quatro anos após a queda do helicóptero da Polícia Civil de Goiás, que causou a morte de oito pessoas, em Piranhas, na região oeste de Goiás, as causas do acidente ainda são desconhecidas. Parentes dos delegados e de peritos que morreram na tragédia cobram a conclusão do inquérito.
“A gente precisa saber o que aconteceu, o que houve ali, se foi uma pessoa que atacou, se foi problema técnico, mecânico. A interrogação é grande nos nossos corações. Todas as sete viúvas tem a mesma pergunta. Para quem morreu em trabalho, para quem deu a vida pela instituição”, declarou a mulher do delegado Antônio Gonçalves, Marizete Gonçalves.
A assessoria da Polícia Civil informou que o inquérito segue na Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic). Segundo a corporação, a conclusão depende do relatório do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa).
A reportagem entrou em contato com o Cenipa no domingo (8), mas o órgão não se pronunciou sobre o andamento do relatório até esta publicação.
A tragédia ocorreu no dia 8 de maio de 2012, quando um grupo de policiais e peritos voltava de uma fazenda de Doverlândia, no sul de Goiás, onde sete pessoas haviam sido assassinadas no dia 29 de abril daquele ano. Eles tinham ido ao local fazer a segunda parte da reconstituição da chacina.
Morreram no acidente os delegados Osvalmir Carrasco e Bruno Rosa Carneiro – os dois estavam pilotando o helicóptero – Antônio Gonçalves, Vinícius Batista Silva e Jorge Moreira; os peritos Marcel de Paula Oliveira e Fabiano de Paula Silva; e também o principal suspeito da chacina em Doverlândia, Aparecido de Souza Alves.
Na época da tragédia, o fabricante emitiu uma nota descartando que o problema era na aeronave. Segundo a indústria, o helicóptero modelo Koala, avaliado em cerca de R$ 8 milhões, era um dos mais modernos e seguros da categoria.
Chacina
A chacina que era investigada pelos policiais aconteceu no dia 28 de abril de 2012. Sete pessoas foram degoladas em uma fazenda a 46 km de Doverlândia.
Dois dias depois, Aparecido de Souza Alves foi preso suspeito do crime. Ele confessou ter matado todas as vítimas para roubar um dinheiro que estaria na propriedade. “No momento, só pensei no dinheiro. Fui totalmente estúpido”, disse ele na época do crime. Logo depois, ele morreu na queda do helicóptero.
Em janeiro de 2013, a Polícia Civil concluiu o inquérito sobre a chacina e apontou que Aparecido agiu sozinho. Peritos encontraram apenas o perfil genético do suspeito em materiais encontrados na fazenda, como cigarro e copos.