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Cartilha que orienta crianças a se proteger de abuso sexual é lançada em seminário no MP

Apresentação musical do Coro Cênico, do Ciranda da Arte, foi aplaudida pelo público durante o evento (Foto: Assessoria do MP-GO)

Oferecer uma ferramenta a mais para que a criança e o adolescente saibam identificar o abuso sexual e se proteger melhor contra esse tipo de agressão – esse é um dos objetivos principais da cartilha Abuso Sexual: Saiba o Que É e Aprenda a Se Proteger (clique aqui), lançada hoje (18/5), pelo Ministério Público de Goiás, no seminário Abuso Sexual: Prevenção, Abordagens e Enfrentamento. Realizado no auditório da instituição, o evento atraiu um público de mais 370 participantes, formado, em sua grande maioria, por integrantes da Rede de Atenção a Crianças, Adolescentes e Mulheres em Situação de Violência.

O seminário fez parte da programação comemorativa ao Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes, celebrado justamente em 18 de maio. Atividades referentes à data vêm sendo realizadas em Goiânia e outras cidades desde a semana passada. A programação deve se estender até o final do mês, com várias mobilizações no interior do Estado (confira no Saiba Mais).

Na abertura do seminário no MP, os participantes foram saudados com uma apresentação musical do grupo Coro Cênico, do Centro de Estudos e Pesquisa Ciranda da Arte, da Secretaria Estadual de Educação. O grupo, composto por cantores e instrumentistas, mostrou, além do Hino Nacional, três músicas de seu repertório popular: Bridge Over Troubled Water, Mira Ira e Se Todos Fossem Iguais a Você.

Ao dar as boas-vindas ao público, o procurador-geral de Justiça, Lauro Machado Nogueira, lembrou a história da menina Araceli Cabrera Sanches, cuja morte violenta e impune, ocorrida há 42 anos, levou à instituição do 18 de maio como Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes. Conforme salientou, a intenção desta data é quebrar o silêncio que tanto mal faz ao enfrentamento do problema em todo o País e reafirmar a responsabilidade da sociedade brasileira em garantir os direitos de todas as crianças e adolescentes.

É com este mesmo propósito, de romper com a cultura do silêncio, observou o procurador-geral, que o MP-GO vem se mobilizando, juntamente com a rede de atenção, em busca de lidar com a questão e encontrar saídas. Lauro Nogueira aproveitou para pontuar as ações que a instituição vêm desenvolvendo desde 2011, dentro da campanha Criança Não é Brinquedo, visando assegurar maior efetividade ao combate à violência sexual contra crianças e adolescentes. Ele lembrou que esses projetos acabaram por conquistar um importante reconhecimento nacional, por meio de premiação concedida pelo Conselho Nacional do MP. E salientou que a cartilha lançada hoje é mais uma etapa deste trabalho contínuo e incessante pela concretização dos direitos infantojuvenis.

Apresentação da cartilha
Na sequência da programação, foi feito o lançamento oficial da cartilha Abuso Sexual: Saiba o Que É e Aprenda a Se Proteger. A apresentação do projeto que resultou na publicação foi feita pela coordenadora do Centro de Apoio Operacional (CAO) da Infância e Juventude, Karina D’Abruzzo, que salientou estar o produto inserido na campanha Criança Não É Brinquedo – Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes Não É Brincadeira!, iniciada em 2013 pelo MP. Essa campanha, relembrou, já teve três desdobramentos, chegando agora à cartilha voltada ao público infantojuvenil.

O detalhamento da publicação, com as explicações sobre o que motivou sua elaboração e sobre seu conteúdo, foi feito pela técnica em psicologia do MP Liliane Domingos Martins, uma das autoras do trabalho, juntamente com outra técnica em psicologia da instituição Lícia Nery Fonseca. Em sua exposição, ela ressaltou o trabalho de construção coletiva da cartilha, que contou com o apoio e colaboração ainda dos demais integrantes da Unidade Técnica Pericial em Psicologia do MP e das equipes do CAO Infância e da Assessoria de Comunicação Social. 

Lidiane observou que a publicação foi adaptada de uma cartilha anterior, elaborada para o público adulto na primeira fase da campanha Criança Não é Brinquedo. A preocupação, desta vez, foi a de encontrar uma linguagem adequada para tratar do tema com o público infantojuvenil, de forma a orientá-lo melhor para se defender em casos de abuso. O conteúdo, segundo destacou, é voltado para crianças e jovens entre 7 e 14 anos. A psicóloga mostrou as seções que compõem a publicação e a finalidade por trás de cada uma delas, sublinhando a utilização que pode ser feita do material.

O futuro agora
Uma das palestrantes convidadas do evento, a psicopedagoga Rita Ippolito enfocou em sua exposição o tema A Proteção do Agora é o Futuro da Criança. Segundo pontuou em sua fala, o cuidado com nossas crianças e adolescentes é algo para ser pensado no presente, não no futuro. “É preciso olhar essa criança hoje, não no amanhã”, alertou, defendendo a necessidade de se construir uma cultura de prevenção aos abusos.

Na avaliação da psicopedagoga, embora o problema da violência sexual contra crianças e adolescentes tenha raízes antigas, ele só começou a ganhar a visibilidade necessária nos últimos anos. Em razão disso, ponderou, a consciência social sobre a gravidade da questão ainda é incipiente e precisa ser despertada.

Na construção dessa nova cultura, explicou, é fundamental se entender que a violação dos direitos infantojuvenis afeta a qualidade de vida de toda a população brasileira, comprometendo as perspectivas de evolução social. Assim, a palestrante defendeu o ambiente educacional como o espaço propício e privilegiado para a promoção da cultura de direitos humanos de crianças e jovens.

Abordagem e enfrentamento
Duas palestras proferidas à tarde encerraram a programação do seminário. A primeira delas, apresentada pela técnica em psicologia Lícia Nery Fonseca, abordou o tema Abuso Sexual: Técnicas de Entrevista e Abordagem. Já a doutora em Psicologia Cristina Coutinho Marques de Pinho falou sobre o enfrentamento da violência sexual contra crianças e adolescentes.

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