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Movida por vexame, CBF prepara mudanças na seleção

Jotta Oliveira – Piranhas

O vexame histórico da goleada sofrida diante da Alemanha, por 7 a 1, na semifinal da Copa do Mundo, levou a CBF a preparar um pacote de mudanças na seleção brasileira – e até em outros cargos da entidade. Nenhuma decisão, no entanto, será anunciada antes da disputa do terceiro lugar, no sábado, em Brasília. O jogo entre Brasil e Alemanha ainda estava em curso, e os aliados da cúpula da confederação já pressionavam por uma “mudança geral” no comando da seleção. José Maria Marin e Marco Polo Del Nero – respectivamente o presidente da CBF e seu sucessor já eleito – ouviram muita gente pedir a queda de Luiz Felipe Scolari e de sua comissão técnica.

Há quase um consenso de que Tite (ex-Corinthians) é o nome ideal para substituir Felipão. Na CBF, há a ideia de Alexandre Gallo dirigir a seleção olímpica (sub-23, com possibilidade de três reforços mais velhos) nos Jogos de 2016, que serão no Brasil.

A pressão vem do mesmo lugar de onde até ontem só vinham elogios e pedidos – pedidos de ingressos para jogos da Copa, de ajuda financeira, de todo tipo, enfim. Em 16 de abril, Del Nero foi eleito presidente da CBF para o período entre 2015 e 2019 – a votação, da qual participam presidentes de clubes da Série A e das 27 federações estaduais foi praticamente uma aclamação.

TERCEIRO LUGAR VALE

Antes do início da Copa, Marin e Del Nero procuraram Felipão para dizer que queriam sua permanência à frente da seleção “seja qual for o resultado”. O técnico respondeu que sua prioridade era o Mundial e que depois conversariam. Felipão hoje está mais preocupado com a disputa do terceiro lugar. O técnico vê no jogo a ser disputado em Brasília uma chance de resgatar em alguma medida a imagem e o orgulho do time. Por outro lado, vê o risco de a situação piorar ainda mais – por isso se preocupa tanto. O treinador se inspira na Copa de Alemanha. Na ocasião, os anfitriões também caíram nas semifinais, para a Itália. Felipão participou daquela decisão de terceiro lugar, em Stuttgart, porque era técnico de Portugal. Viu a cidade fazer festa, a Alemanha jogar bem, ganhar por 3 a 1 e terminar a Copa de maneira digna, de bem com a torcida.

A diferença é que a Alemanha perdeu a semifinal nos momentos finais da prorrogação, quando todo o estádio em Dortmund já esperava os pênaltis. E o Brasil foi humilhado desde os minutos iniciais no Mineirão.

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