Jotta Oliveira – Piranhas
Queimadas preocupam durante a seca (Foto: Reprodução)
Vegetação seca, forte calor, rajadas de ventos e a imprudência – esses são fatores fundamentais para a alta incidência de queimadas nessa época do ano. Todo ano o problema de se repete. O mesmo acontece com o trabalho de conscientização feito pelos órgãos ambientais e o Corpo de Bombeiros do Estado de Goiás que lançou no primeiro semestre a Operação Cerrado Vivo. Através dela foram feitas parcerias com entidades e um trabalho de conscientização, através de palestras nas escolas e a distribuição de cerca de 20 mil cartilhas. A operação começou em janeiro e vai até o mês de outubro.
O Corpo de Bombeiros também estabeleceu um plano de apoio mútuo com as Usinas de Etanol e Açúcar do estado com o objetivo de combater os incêndios florestais em as áreas de reservas legais e de plantio de cana de açúcar. A medida foi tomada porque, em 2010, algumas usinas foram alvos de grandes incêndios.
Dados levantados pela Operação Cerrado Vivo 2014 do Corpo de Bombeiros mostram que neste ano houve aumento de 31% de queimadas no Estado em relação ao mesmo período do ano passado.
“De janeiro até o dia 15 de agosto deste ano já foram registradas 2.907 queimadas, contra 2.809 ocorridas nesse período em 2013”, cita o comandante da Operação Cerrado Vivo 2014, major Pedro Carlos Borges de Lira. Ele salienta que no Estado a média é 162 incêndios/dia. Em 2013 o Corpo de Bombeiros foi acionado para os mesmos casos 127 vezes/dia, em média.
Em todo o Estado no mês de agosto desse ano foram registrados 863 focos de incêndios em vegetação nativa, índice considerado muito elevado.
Além do prejuízo à terra e à vegetação, as queimadas provocam sérios danos aos animais. “Esses sofrem ainda mais porque têm seus ninhos destruídos, são queimados ou mesmo quando conseguem fugir, podem ficar sem seu habitat natural” salienta o comandante da operação.
Brasil em chamas
Só no mês de setembro foram registrados 15.622 focos de incêndio em todo o Brasil. Os dados foram coletados por satélites de referência do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Esse volume representa aumento superior a 160%, em relação ao mesmo período de 2013, quando o Inpe registrou 5.946 focos.
(Com informações do CBPM-GO)
O Estado mais atingido por incêndios, segundo o Inpe é Mato Grosso, seguido pelo Pará e Maranhão. Juntos, os três somam quase 44% do total de focos ao longo do mês. O Pará também se destaca por abrigar o Município com o maior número de registros, São Félix do Xingú, com 551 focos.
Conforme informações do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o aumento dos registros não é surpresa. A condição climática e o acúmulo de matéria orgânica, decorrente da redução das queimadas do ano passado, favoreceram esse crescimento.