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O amor no tempo do Whatsapp

Anderson Costa – Do Portal O Hoje

Da Redação

Na era da comunicação instantânea, com o uso dos celulares, smartphones e outros dispositivos móveis, as relações interpessoais podem ficar mais próximas e calorosas, ou mais distantes e frias, depende como cada um lida com essa nova tecnologia, que já está mais do que inserida no dia a dia das pessoas.

Todo dia surge um aparelho novo e também uma enxurrada de aplicativos que chegam ao mercado prometendo mudar a sua vida, não se sabe necessariamente se para melhor. Alguns aplicativos, com serviços mais simples e realmente úteis como, como a localização de um restaurante em uma cidade estranha, mas outros oferecem promessas no mínimo ousadas, como cura insônia por meio de hipnose.

Nos Estados Unidos, um aplicativo, chamado “Couples Counseling & Chatting” (aconselhamento de casais e bate-papo), promete talvez não mudar, mas quem sabe melhorar sua vida a dois. O software foi desenvolvido pela psicoterapeuta americana Marigrace Randazzo-Ratliff, e por meio de um rápido diagnóstico e exercícios para serem feitos a dois, promete transformar o celular em um terapeuta de casais à distância.

Em apenas oito semanas de seu lançamento nos Estados Unidos o aplicativo já foi baixado mais de 30 mil vezes. Esse sucesso parece ter algum fundamento. Um relatório recente do instituto de pesquisas americano Pew Research Center revelou que 41% dos adultos de 18 a 29 anos que namoram se sentem mais próximos do parceiro graças a mensagens de texto e conversas on-line. E 23% deles já tentaram resolver virtualmente uma briga que tinham dificuldades para solucionar cara a cara.

DR Virtual

O dispositivo poderia vir a calhar para o casal Jhonata Alan Gonçalves Farias, 22 anos, e Thaís dos Reis Bento, 21 anos. Com dois anos e oito meses de namoro, os jovens trabalham durante o dia e estudam à noite, portanto, o namoro de fato ou pessoalmente se restringe quase sempre os finais de semana. Já o namoro virtual é o tempo todo.

Apesar da distância imposta pela rotina do dia-a-dia, ambos garantem que se falam todos os dias, não pessoalmente é claro, mas pelo WhatsApp, Facebook, Gtalk, Skype ou qualquer outro aplicativo de comunicação escrita instantânea.

O namoro virtual, durante a semana, é tão sério que tem até DR (discutir a relação) via WhatsApp. “Pessoalmente a gente quase não briga, mas pelo WhatsApp …, é quase todo mês. Mas felizmente também fazemos as pazes”, revela Thaís. “Já tivemos algumas brigas até feias. Com carinha brava, letra em caixa alta, sequência de ponto de exclamação e por ai vai”, relembra Jhonata.

Mas mesmo acostumados com essa rotina de namoro virtual, tanto Thaís quanto Jhonata acham que um aplicativo que funcione como um conselheiro de casais à distância não ajudaria tanto. “Realmente os aplicativos de celulares ou de smartphones estão cada vez mais presentes na vida das pessoas, mas acho que esse negócio de aconselhamento amoroso dado por um aplicativo demais”, afirma Thaís.

Contato pessoal

Com 35 anos de experiência profissional a psicóloga analítica Arilda Ximenes defende as novas tecnologias de comunicação como instrumento de aproximação e contato entre as pessoas, mas alerta que ainda hoje nada substitui o contato pessoal. “Sou totalmente a favor do uso dessas novas tecnologias para aproximar as pessoas, mas para basear ou consolidar uma relação só dessa forma virtual, não acho uma boa ideia. Acho que ainda não há nada que substitua a conversa olho no olho”, defende a psicóloga.

Questionada sobre e eficácia de um aplicativo que possa servir como um aconselhador de casas à distância, Arilda diz que, por mais que se tenham boas informações e dicas, um dispositivo desse talvez mais atrapalhe do que ajude. “Uma coisa é você ter uma informação que pode ou não ajudar, outra coisa é ter-se a vivência de uma situação real”, afirma.

Ainda sobre a eficácia desse aconselhamento à distância, a psicóloga defende que cada pessoa e casal têm sua individualidade e isso deve ser levado em conta. “Tenho pacientes que perguntam por não faço sessões via Skype, mas além da questão do sigilo, há uma questão ética já que se abre uma margem para que se exponha o que foi tratado na sessão, num ambiente analítico há também a necessidade de leitura da linguagem não verbal”, defende.

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