Jotta Oliveira – Piranhas
Elie Chidiac, diretor de Regulação da CelgD e vice-presidente da Companhia Celg de Participações (CelgPar) (Foto: Reprodução/O Popular)
Alvo de críticas durante a última semana, a Celg Distribuidora (Celg-D) anunciou ontem que os consumidores das Regiões Norte e Oeste do Estado, que englobam os municípios de Piranhas, Arenópolis, Iporá, Bom Jardim de Goiás, Aragarças, por exemplo, não ficarão no prejuízo. De acordo com o diretor de Regulação da CelgD e vice-presidente da Companhia Celg de Participações (CelgPar), Elie Chidiac, a empresa vai recalcular todas as contas de luz referentes aos meses de janeiro e fevereiro, que apresentaram valores abusivos devido à cobrança integral de haveres acumulados pela não medição do consumo entre setembro e dezembro de 2014.
Além disso, assim que receberem os novos valores, os consumidores terão suas faturas parceladas em até 12 vezes sem quaisquer encargos financeiros. Com relação àqueles que já fizeram os pagamentos, Chidiac informou que os valores serão transformados em créditos juntos à Celg e devolvidos nas próximas contas de luz.
De acordo com o diretor, um erro de sistema foi o responsável pelas contas superfaturadas, já que a leitura dos quilowatts-hora (kWh) extras foi feita em janeiro, quando os programas de medição já haviam sido ajustados às novas tarifas e bandeiras. A Celg, inclusive, já justificou a situação junto ao Ministério Público de Goiás e se comprometeu a tomar as providências mencionadas acima. “Como o erro foi da empresa, o consumidor não será prejudicado”, acrescentou.
Revolta
Na edição de sábado, uma matéria do POPULAR mostrou que os consumidores dessas regiões estão revoltados com o preço de suas contas que chegaram a pedir ajuda ao Ministério Público (MP). De acordo com a Comarca de Goiânia, até a última sexta-feira, as promotorias de pelo menos 11 municípios afetados pelo transtorno informaram a abertura de processo judicial contra a Celg.
Conforme os promotores entrevistados pela reportagem, a maioria das faturas apresentou falhas graves em desacordo com determinações da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Segundo as autoridades, depois de três meses faturados pela média de consumo – devido à interrupção dos serviços prestados pela empresa responsável pelas medições na região – as leituras feitas em janeiro consideraram também os kWh/h excedentes dos últimos meses de 2014.
No entanto, ao invés de levar em consideração os preços antigos, foram embutidas nesse cálculo as novas tarifas e até mesmo as bandeiras tarifárias que começaram a valer em 2015.
Esclarecimentos
Sobre a falta de informações nas agências da Celg, Elie Chidiac disse que os atendentes, assim como os demais representantes da companhia, ainda não sabiam sobre o tumulto e acabaram prestando informações erradas aos consumidores.
De acordo com clientes que procuraram a Celg, a explicação era de que as cobranças estavam corretas e que os valores devidos precisavam ser pagos em dia, caso contrário o fornecimento de energia seria interrompido nessas unidades consumidoras.
“Para desfazer o mal-entendido, a Celg está desenvolvendo uma campanha de comunicação para o esclarecimento da situação nos 76 municípios atingidos pelo problema. Além de panfletos aos consumidores, informações e explicações serão veiculadas nas rádios e TVs locais”, disse o representante da distribuidora.