Jotta Oliveira – Com informações da assessoria do MP
(Foto: Moraes – AGMP)
Corromper-se, ser corrupto é uma decisão interna e não há como o Estado regular questões de foro íntimo. Com base nessa premissa e fundamentada na maior parte da doutrina brasileira e internacional, a advogada e professora Ana Cláudia Santano, da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), enfatizou que a corrupção jamais será extirpada. “Sinto dizer a verdade, mas nunca iremos eliminar a corrupção”, afirmou Ana Cláudia na palestra “A corrupção política em contexto de contrademocracia: atores, origens e motivações”, no painel “A corrupção política no Brasil”, durante o Congresso Internacional de Enfrentamento à Corrupção, promovido pela Associação Goiana do Ministério Público (AGMP).
Ela reconhece que, quando uma estratégia anticorrupção não funciona da maneira devida, há uma certa frustração. “Em todos os lugares do mundo, há corrupção, inclusive naqueles que contam com mecanismos fortes de controle, como Suíça, Áustria e Alemanha, o que demonstra que não dá para eliminá-la, mas que é possível controlar o seu crescimento”, avaliou. A mesa de trabalho foi presidida pelo promotor de Justiça Huber Cavalheiro.
Especificamente sobre a corrupção política, a palestrante observou que ela está no limbo, já que há várias formas de caracterizá-la e, frequentemente, ela se manifesta por meio da troca de favores. “Ela parte de agentes privados e públicos e há uma tendência enorme à generalização, por parte da sociedade”, observou, para concluir: “Há uma dualidade dentro de nós, na sociedade. Queremos que façam, mas não queremos fazer”. Para Ana Cláudia, não há uma forma possível de prever todas as formas de corrupção.