Uma senhora com deficiência auditiva faleceu na noite de quarta-feira (17) em Bom Jardim de Goiás, vítima de atropelamento. A dona de casa Leni Barbosa de Jesus de 54 anos, foi atingida por uma moto quando atravessava uma rua da cidade. Mesmo em grande comoção, familiares da vítima ainda foram obrigados a presenciar um princípio de confusão entre duas empresas funerárias, pelo serviço de preparação e velório do corpo da senhora. Após a discussão, uma das empresas ainda teria retirado o corpo da senhora do hospital, antes mesmo da chegada do Instituto Médico Legal (IML) e do médico legista realizar a autópsia, procedimentos obrigatórios para a emissão da certidão de óbito em casos de mortes violentas.
Segundo informações da Policia Militar de Bom Jardim de Goiás, devido o impacto do atropelamento, Leni Barbosa acabou batendo a cabeça no meio-fio e ainda chegou a ser socorrida com ferimentos pelo corpo e suspeita de traumatismo craniano, porém não resistiu aos ferimentos e faleceu minutos após ter dado entrada no Hospital Municipal de Aragarças. O condutor da moto permaneceu no local do acidente e prestou as informações aos policiais militares.
O motociclista disse a PM, que a senhora que era portadora de surdez e deficiência auditiva, não teria observado o trânsito na hora de atravessar a rua e acabou provocando o acidente. No entanto, testemunhas informaram aos PMs, que o motociclista estava em alta velocidade e não conseguiu parar a tempo, atropelando e arremessando a senhora contra a calçada. Após relatos das testemunhas, foi realizado uma pericia no local para apontar se o motociclista será responsabilizado pelo acidente.
“Briga” entre funerárias
Mesmo em grande comoção, familiares da vítima ainda foram obrigados a presenciar um princípio de confusão entre duas empresas funerárias no hospital para onde Leni Barbosa foi encaminhada. Funcionários das duas empresas entraram em discussão pela contratação do serviço de preparação do corpo e velório da senhora.
Para completar o lamentável fato, a empresa, vencedora da “briga” pelo serviço, retirou o corpo da vítima, antes mesmo dele ter sido encaminhado para o IML ou periciado por um médico legista, serviço obrigatório para a emissão da certidão de óbito em casos de mortes violentas. A denuncia da retirada do corpo partiu de outra funerária, também interessada no serviço de preparação do corpo.
O médico legista que atende em Aragarças e Região, Dr. Zé Maria, disse que o IML de Aragarças enfrenta o descaso de não ter perícia e ter sempre que requisitar o serviço de Iporá. Fato esse que já causou vários constrangimentos para familiares de vítimas de mortes violentas, nos municípios de Baliza, Aragarças e Bom Jardim de Goiás. Apesar de sofrer há diversos anos com falta de estrutura e profissionais, ainda não foi divulgado pelo Governo de Goiás, quando acontecerá a regularização estrutural do IML de Aragarças.