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O país já registra 1.761 casos suspeitos de recém-nascidos com microcefalia, má-formação cerebral que pode trazer problemas ao desenvolvimento da criança. Os casos abrangem 422 municípios de 13 Estados e o Distrito Federal, segundo balanço do Ministério da Saúde divulgado nesta terça-feira (8/12).
Na última semana, boletim apontava 1.248 casos suspeitos de microcefalia também em 13 Estados e DF, um aumento de 41%. O novo número também é 11 vezes maior do que o registrado em todo o ano passado, quando houve 147 casos da má-formação.
O Estado de Pernambuco registra o maior número de casos suspeitos, com 804 registros. Em seguida, estão Paraíba (316), Bahia (180), Rio Grande do Norte (106), Sergipe (96), Alagoas (81), Ceará (40), Maranhão (37), Piauí (36), Tocantins (29), Rio de Janeiro (23), Mato Grosso do Sul (9), Goiás (3) e Distrito Federal (1).
Entre os casos, também foram notificadas 19 mortes de bebês com microcefalia, ocorridas em oito Estados. Segundo o Ministério da Saúde, os casos ainda estão em investigação para verificar as possíveis causas. A suspeita é que tenham relação com uma possível infecção pelo vírus zika.
Novos critérios
O novo balanço de casos suspeitos ainda não considera os novos critérios para detecção dos casos de microcefalia, anunciados na última semana.
Antes, o governo considerava como microcefalia quando os recém-nascidos, em caso de partos não prematuros, tinham perímetro da cabeça menor ou igual a 33 cm. Agora, esse limite passa para 32 cm.
A alteração segue o parâmetro da OMS (Organização Mundial de Saúde). O Ministério da Saúde justificava a medida anterior devido à necessidade de adotar um critério mais “sensível”, capaz de detectar mais casos diante de um surto inédito no país.
“Teremos uma precisão maior e passaremos a captar com maior segurança as crianças que têm mais chances de ter microcefalia”, afirma o diretor de vigilância de doenças transmissíveis, Claudio Maierovitch.
Crianças com perímetro da cabeça entre 32 cm e 33 cm continuarão a ser acompanhadas, diz Maierovitch. “Mas a probabilidade terem microcefalia é bem menor.”
Vírus Zika
O governo considera que o avanço de casos tem relação com o vírus zika, identificado no Brasil neste ano e transmitido pelo mosquito Aedes aegypti. A relação foi confirmada após resultados de exames em um bebê diagnosticado com microcefalia do Ceará, que morreu após o parto. Análise apontou a presença do vírus zika em amostras de sangue e tecidos.
Semanas antes, o vírus também foi detectado no líquido amniótico de duas grávidas cujos bebês foram diagnosticados com microcefalia durante a gestação. O Ministério da Saúde também divulgou nesta terça um protocolo de “vigilância e resposta à ocorrência de microcefalia relacionada à infecção pelo vírus zika”.
O documento visa orientar profissionais de saúde de todo o país e equipes técnicas sobre as ações a serem adotadas para assistência às gestantes com sintomas de zika, fetos com sinais de alteração do sistema nervoso central durante a gestação e bebês com microcefalia.