(Foto: Reprodução) A população que depende dos serviços prestados por bancários, médicos peritos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e os servidores do Poder Judiciário, que estão em greve, reclama que está sendo prejudicada, em Goiás. Apesar das negociações, as categorias continuam sem previsão de acordos definitivos. Nos bancos, a greve foi iniciada no último dia 6. Desde então, os atendimentos não são realizados no interior das agências e os usuários dizem que enfrentam dificuldades para fazer saques e depósitos.
É o caso da autônoma Valéria Marinho, que vive no exterior e está em Goiânia para realizar tratamentos médicos. Como não possui plano de saúde, ela precisa efetuar saques para pagar pelos exames. “Estou refém dessa greve, pois preciso retirar o dinheiro e não consigo”, disse.
A categoria pede reajuste salarial de 16%, com piso de R$ 3.299,66. Eles também querem uma Participação nos Lucros e Resultado (PLR) de três salários mais R$ 7.246,82.
Os funcionários também reivindicam vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá de R$ 788 cada. Os bancários pedem ainda pagamento para graduação e pós, além de melhorias nas condições de trabalho e segurança.
Segundo o Sindicato dos Bancários de Goiás (Seeb-GO) foi realizada uma reunião na terça-feira (20) com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), em São Paulo, mas não houve acordo. Portanto, a categoria continua em greve por tempo indeterminado.
“A nossa agenda de trabalho vai continuar intensificando a greve até a próxima reunião que a Fenaban possa convocar”, explicou o presidente do Seeb-GO, Sérgio Costa.
Judiciário
Os servidores do Poder Judiciário Estadual entraram em greve no último dia 24 de setembro para reivindicar o pagamento da data-base de 7%, referente às perdas inflacionárias de 2014. Em uma assembleia realizada na tarde de terça-feira (20), a categoria decidiu manter a paralisação.
Segundo a assessoria de imprensa do Sindicato dos Servidores e Serventuários da Justiça do Estado de Goiás (Sindjustiça), o governo do estado vetou o projeto que determina o pagamento da data-base dos servidores efetivos, na sexta-feira (16).
O projeto deve ser apreciado pela Comissão de Constituição de Justiça e Redação da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego) e depois os deputados devem votar por manter ou derrubar o veto do governo. A assessoria informou que a categoria pretende manter a greve até o fim da tramitação.
O advogado Rafael Costa Cardoso acredita que os processos estão sendo prejudicados pela greve. “Eu gostaria que chegasse a uma solução urgente”, afirmou.
Peritos Os médicos peritos do INSS estão em greve desde o último dia 4 de setembro. O diretor sindical da Associação Nacional dos Médicos Peritos do INSS (ANMP), Luiz Carlos Argolo, informou que a última reunião com o Ministério do Planejamento aconteceu há cerca de duas semanas.
“Apontamos alguns itens inegociáveis e eles ficaram de discutir os orçamentos. Eles disseram que têm um prazo até o dia 30 de outubro para negociar com todas as carreiras. Esperamos nos chamem para concluir as negociações”, explicou.
Ainda conforme Argolo, entre os pontos inegociáveis estão a efetivação da jornada de 30h, fim da terceirização da perícia médica, fim do curso de pós-graduação para atingir o último nível da categoria e a incorporação da gratificação de forma fixa no salário. A categoria também pede a recomposição das perdas salariais pela inflação, que seria reajuste de 27% dividiso em dois anos.
O representante dos peritos médicos no estado de Goiás, Hugo Ludovico Martins, disse ao G1 que, no estado, 28 mil atendimentos já foram remarcados por causa da greve. Segundo ele, a principal reivindicação é aumentar o número de peritos.
“No final é tudo para aumentar número de profissionais. Mais importante do que o reajuste salarial é a melhoria das condições de trabalho e deixar a categoria atrativa para contratar mais pessoas. Nos últimos dois anos tivemos uma debandagem de 1.500 peritos, o que dá em media duas exonerações por dia, o que mostra que a carreira não está atrativa”, afirmou.
O G1 tentou contato com o Ministério de Planejamento, Orcamento e Gestão, responsável pelas negociações com a categoria, mas as ligações não foram atendidas até a publicação desta reportagem.
A assessora de imprensa Élia Aparecida contou que fez uma cirurgia no coração e precisa de passar por uma perícia antes de retornar ao trabalho. “Eu fiz um agendamento pelo telefone 135 e depois me ligaram para desmarcar justamente por falta de profissional”, afirmou.