Jotta Oliveira – Piranhas
Uma mulher de 35 anos, moradora do Jardim América, morreu na semana passada vítima de malária, doença parasitária comum na região Amazônica, de evolução rápida e grave, que destrói os glóbulos vermelhos do sangue. A vítima – cujo nome não foi revelado pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) – não teria deixado o Estado, o que leva a secretaria a investigar um novo surto da doença na capital. Outros dois casos também foram confirmados pela pasta. Pai e filho, de 54 e 27 anos, moradores do Jardim Goiás, também foram contaminados pelo mosquito Anopheles. No caso deles, a infecção pode ter ocorrido no bairro em que moram.
Em outubro do ano passado Goiânia registrou seu primeiro surto autóctone da doença, ou seja, de pessoas contaminadas no próprio município. Ao todo, sete casos foram confirmados, mas em novembro a pasta afirmou que o surto já estava sob controle. Técnicos do Programa Nacional de Controle da Malária do Ministério da Saúde (MS) vieram para a capital em 2014 e descartaram a possibilidade de epidemia da doença.
Diferente do primeiro surto da doença, as vítimas deste ano não frequentaram o Parque Flamboyant, no Jardim Goiás, nos 30 dias que antecederam os sintomas, apresentados no final de fevereiro. “Precisamos deixar claro de que desta vez, o perigo não está lá no Parque Flamboyant. Ainda vamos investigar se eles frequentaram outros parques, chácaras ou outros municípios do Estado”, conta Flúvia Amorim, diretora de Vigilância em Saúde da SMS, Flúvia Amorim.
De acordo com Flúvia, as notificações feitas pelos profissionais que atenderam as vítimas foram rápidas. “Isso contribui para que possamos tomar as atitudes para evitar a proliferação da doença”, destaca. A SMS já começou a seguir as ações previstas no protocolo do Ministério da Saúde e iniciaram buscas nas proximidades das residências das vítimas. “Nossos agentes visitaram as casas próximas para saber se tinha alguém com sintomas da doença, mas, felizmente, não encontramos nenhum caso.”
As ações químicas para combate ao mosquito adulto, suas larvas e criadouros em potencial também já foram iniciadas. Segundo Flúvia, as residências das vítimas ficam próximas a áreas verdes e com fluxo de água, características do habitat do mosquito transmissor do protozoário.
Os profissionais de saúde do município também já começaram a receber um alerta epidemiológico, com instruções para o manejo dos casos suspeitos de malária. A vítima de 54 anos recebeu alta ontem e apenas o filho continua internado, mas seu estado de saúde, segundo Flúvia, não é grave.