O candidato do PMDB ao governo do Estado, Iris Rezende, deu início ontem aos estudos para elaboração do plano de governo que apresentará à Justiça Eleitoral, requisito legal para a candidatura. A apresentação dos eixos principais para a elaboração do plano aconteceu na tarde de ontem no Hotel San Marino com a presença do candidato e de representantes de partidos aliados.
A coligação de Iris Rezende ao governo, com o deputado federal Armando Vergílio (SDD) candidato a vice e o deputado federal Ronaldo Caiado (DEM) ao Senado foi apresentada como “Amor por Goiás”, como tem frisado o candidato. Iris ressaltou em seus pronunciamentos que “quem ama Goiás quer melhorar a administração”.
Os responsáveis pela elaboração do plano de metas do PMDB são técnicos da Fundação Ulisses Guimarães, órgão técnico e de estudos do PMDB. À frente dos técnicos está a professora Márcia Carvalho, ex-secretária da Educação da prefeitura durante a gestão de Iris Rezende. O coordenador do grupo que vai elaborar o plano de governo é o ex-deputado federal Barbosa Neto.
Técnicos respeitados compõem o grupo de trabalho que vai preparar as metas para um virtual governo Iris Rezende, nas mais diversas áreas de atuação. O filósofo Paulo Souza Neto, o engenheiro Durval Mota, o advogado Ênio Salviano e o ex-secretário de Cidades e Metropolitano Sílvio de Souza.
Falando durante a apresentação dos eixos principais do plano de governo o ex-secretário de Agricultura Leonardo Veloso disse ser “profundamente lamentável que o atual governo tenha desmontado serviços de grande relevância como pesquisa agropecuária”. Ele lembrou que a Empresa Goiana de Pesquisas Agropecuárias (Emgopa) foi extinta e os técnicos migraram para o Mato Grosso, o que garantiu o desenvolvimento acelerado da agricultura daquele Estado. “Temos por certo que o próximo governador, Iris Rezende, retomará esse caminho e restituirá aos produtores rurais goianos sua empresa de pesquisa e desenvolvimento.”
Prioridades
O ex-secretário Sílvio de Souza, presidente estadual do Solidariedade, explicou que as linhas mestras do plano de governo serão centradas no desenvolvimento com respeito à cidadania e ao bem-estar da população. “Teremos como norte conceitos de que Goiás precisa investir pesado em saúde, educação e transporte, mas que se faz necessário priorizar setores em que nosso Estado está carente como o déficit energético e saneamento que tanto promovem desigualdades e acentuam os gargalos do crescimento”, explicou.
Os partidos que compõem a coligação vão distribuir em todo o Estado formulários para consulta à população com espaço para propor teses que serão inseridas no plano de governo. Questões como “desenvolvimento econômico com sustentabilidade ambiental, desenvolvimento institucional e reforma do Estado, desenvolvimento da infraestrutura do Estado e desenvolvimento social e qualidade de vida da população” serão bases a serem consultadas junto à população, explicam os técnicos.
Descentralização
Ao encorajar os auxiliares que vão trabalhar na elaboração do plano de governo o candidato Iris Rezende mostrou o que pretende que seja contemplado no estudo. De acordo com ele duas coisas devem prosperar para dar maior agilidade às políticas de governo: que seja um governo participativo e que as ações sejam descentralizadas.
Falando com a experiência de 56 anos de política Iris parecia hipnotizar a plateia. O magnetismo que ele desenvolve com seu pronunciamento faz silenciar até mesmo conversas paralelas e ele lembra casos de quando foi prefeito pela primeira vez, em 1966 e procura adaptar sua vivência à realidade atual. Falando de si próprio ele assinalou como um traço forte em sua personalidade a capacidade de tomar decisões rápidas. “O que algumas pessoas levariam um mês ou mais para decidir eu assumo a responsabilidade de decidir rapidamente. Tenho errado algumas vezes, mas tenho acertado muitas e um governante não pode demorar para tomar decisões.”
Iris disse que a experiência de Mutirões para realizar serviços importantes que o Estado não conseguiria desempenhar com tempo e recursos é “de êxito e copiada mundo afora”, com organismos mantidos pela Organização das Nações Unidas. Falou de como convocava a população para realizar benefícios para seus bairros e era atendido e de como essa experiência permitiu sucessos em seu primeiro governo.
“Quando assumi o governo em 1983 Goiás e Tocantins ainda eram um só Estado. A situação era de penúria, sem recursos e com a folha de pagamento dos funcionários públicos atrasada há seis meses. O déficit de salas de aula para os estudantes era de 1.360 salas, que multiplicadas por uma média de 40 alunos dava mais de 60 mil alunos sem onde estudar”, contou.
Prosseguindo, Iris contou que fez mutirões para construir salas de aula em praticamente todos os municípios goianos e que em quatro finais de semana foram erguidas as 1.360 salas, zerando a falta de locais para alunos estudarem. “Isto prova que garantir um governo participativo incentiva a população a fazer junto com o governo porque ela passa a ser responsável pelas obras.”
Iris lamentou que a falta de recursos para Estados e municípios ainda seja uma realidade cruel e desigual frente à União e que isto é uma herança da ditadura militar. “Os militares viram que concentrar os recursos faziam reduzir a oposição e concentravam ainda mais poderes nas mãos do governo federal.”
Ao final Iris ressaltou ser necessário o empenho de todos para fortalecer a coligação com os candidatos a deputado e o candidato ao Senado, Ronaldo Caiado.
PLANO DE GOVERNO – DIMENSÕES
- Desenvolvimento econômico com sustentabilidade ambiental – Infraestrutura econômica, emprego e renda, cadeias e arranjos produtivos, inovação tecnológica, agropecuária, capacitação profissional, recursos naturais (água, solo, cobertura vegetal, clima, etc.) e sistema de gestão sustentável.
- Desenvolvimento institucional e reforma do Estado – Organização e participação da sociedade, estrutura do Estado e instituições/conselhos, relações Estado-sociedade, governabilidade (Assembleia Legislativa) e gestão.
- Desenvolvimento da infraestrutura do Estado – Desenvolvimento urbano, saneamento (água, esgoto e lixo) habitação, mobilidade, serviços urbanos e rurais, energia e infraestrutura.
- Desenvolvimento social e qualidade de vida da população – Inclusão social, direitos humanos, saúde, educação, assistência, segurança, manifestações culturais, LGBTT, mulher, juventude, esporte e lazer.