Tribuna Piranhense – com informações do Goiás Agora
(Foto: Reprodução) O pagamento dos servidores do Estado de Goiás, referente à janeiro deste ano, já tem data prevista. Será no próximo dia 25, quando 80% da folha será quitada. O anúncio do governador Ronaldo Caiado aconteceu nesta terça-feira (8/01), durante uma live pelo Facebook, que também foi transmitida pelas TV Brasil Central e Rádio Brasil Central.
“Até o dia 28, no mais tardar no dia 30, iremos saldar o restante (20%)”, afirmou. Com relação ao salário de dezembro de 2018, o governador disse que busca saídas.
“Estou lutando como ninguém para conseguir dinheiro”, explicou. Segundo Caiado, sua equipe está avaliando contratos, apurando os desvios e realizando auditoria em todas as secretarias. “Já implantamos um sistema de compliance, ou seja, um procurador do Estado e a Controladoria Geral do Estado estão vistoriando contrato por contrato para ver o que podemos diminuir. Tão logo a gente tenha o mínimo de dinheiro, vamos quitar a folha. Podem ter certeza disso. Não quero é definir data e não cumprir o compromisso. Então, me deem um prazo mínimo”, ressaltou Ronaldo Caiado.
Segundo ele, a solução para o pagamento de dezembro não é simples, porque o Estado não pode nem mesmo pegar empréstimo junto ao Governo Federal. O motivo é a inadimplência deixada pela gestão anterior. “Goiás foi rebaixado para a última nota que existe junto ao Tesouro Nacional, que é a nota D. O Estado de Goiás não tem aval nenhum para contrair empréstimos. Essa é a nossa realidade. Mas isso em nada me desestimula ou desanima”, explicou Ronaldo Caiado.
De acordo com o governador, no dia 14 de janeiro uma missão com agentes dos Tesouro Nacional, ministérios da Fazenda e Planejamento virá a Goiás para levantar a real condição do Estado. Hoje, a previsão é de Goiás gaste em torno de 80% do que arrecada somente com o pagamento do funcionalismo.
Caiado salientou que o Estado de Goiás foi saqueado, visto que, mesmo existindo a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), já começa com a responsabilidade de buscar condições de saldar dívidas do governo anterior. “Só a folha de pagamento chega a R$ 1,6 bilhão, mas o valor total de dívidas que tenho neste momento é de R$ 3,4 bilhões. Quando assumi, tinha nos cofres públicos, para quitar todos os pagamentos, apenas R$ 11 milhões”, destacou.
Para reverter essa situação, o governo estadual espera conseguir entrar no Regime de Recuperação Fiscal (RFF) do Governo Federal. “Não queremos transferir os problemas de Goiás para a União. Nós temos capacidade de recuperar o Estado, mas neste momento é fundamental que o governo federal nos poupe do pagamento da dívida, das parcelas e juros por um período. O que pedi ao ministro (Paulo Guedes) foi que em vez dos três anos de prazo, nos dê 18 meses. Por mais que eu tenha restrições, Goiás sairá do buraco”, afirmou.
“Ainda é preciso esperar o resultado da missão do Governo Federal, mas espero uma resposta o mais rápido possível. Por enquanto, estamos buscando uma alternativa temporária para que Goiás depois possa decolar facilmente”, sublinhou o governador. Ele também destacou medidas que já estão sendo adotadas para otimizar o Estado. Entre elas, estão o corte de despesas e a redução de comissionados. A previsão do governo é cortar 20% do cargos em toda a estrutura do governo. “Estamos redimensionado o Governo do Estado, enxugando e dando eficiência”, observou o governador.
Durante a live, Ronaldo Caiado respondeu também sobre outros assuntos, como segurança pública, rodovias e saúde. Por determinação dele, 1,3 mil policiais militares que estavam exercendo outras funções no Estado voltaram para as ruas. Além disso, ele afirma estar acabando com um crime praticado pela gestão anterior. “É inaceitável que um governador crie uma terceira categoria, com agentes recebendo R$ 1,5 mil. Fazer a equiparação dos salários desses servidores é corrigir uma injustiça. Foram tiradas do policial militar, do bombeiro e do policial civil condições salariais mínimas para exercer sua função. Priorizaram outros negócios nesse período. Tão logo termine o recesso parlamentar na Assembleia Legislativa, o projeto de lei, que já está pronto, será encaminhado para votação e acabar com essa situação infame de terceira categoria”, destacou Caiado.
Saúde
Na área da saúde, o governador relembrou as visitas que fez na semana passada ao Hospital Materno Infantil (HMI), onde, segundo ele, encontrou uma situação crítica. Crianças e recém-nascidos estavam sem vaga de UTI ou medicamentos. “Nesses poucos dias conversei com os distribuidores e pedi por favor que mantivessem a medicação necessária para essas crianças. Só o HMI tem a receber R$ 65 milhões e as OSs na saúde mais de R$ 300 milhões. Além disso, prefeitos reclamam não terem recebido mais de R$ 400 milhões da área da saúde”, explicou o governador.
Rodovias
Ele disse que vai nesta quarta a Jataí e deve conversar com os produtores rurais para discutir parcerias de recuperação das principais rodovias goianas que servem de escoamento para a produção agrícola do Estado. “Têm quatro meses que as empresas de manutenção não fazem o trabalho. Quebraram as empreiteiras. Vamos encontrar soluções para rodovias em todo o Estado, para socorrer algumas das rodovias que estão intransitáveis”, explicou Caiado.