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SEFAZ sinaliza que Estado não pagará data-base este ano

Representantes dos servidores reunidos ontem com a secretária Ana Carla Abrão ( quarta da esquerda para a direita ) (Foto: Denis Marlon)

Além de reafirmar que o parcelamento dos salários do funcionalismo ocorrerá até dezembro e de não dar uma posição definitiva sobre os descontos no primeiro pagamento, a secretária da Fazenda, Ana Carla Abrão Costa, sinalizou ontem, em reunião com dirigentes sindicais, que não deve haver reposição salarial este ano por falta de recursos.

A falta de perspectiva sobre a data-base e o cenário de crise apresentado pela secretária deixaram os representantes do Fórum em Defesa dos Servidores e Serviços Públicos de Goiás ainda mais descontentes. Ao final da reunião na sede da Sefaz, eles reforçaram a possibilidade de paralisações e manifestações, a serem discutidas em reunião do fórum marcada para amanhã.

Embora afirme que os titulares de cada secretaria comandarão as negociações salariais com os servidores, Ana Carla disse que não há recursos para qualquer adicional na folha este ano. Para os servidores, foi um claro recado de que não haverá data-base, que por lei deve ser concedida em maio.

Ontem, o POPULAR mostrou queixas dos servidores que receberam valores baixos na quinta-feira porque houve o abatimento de impostos, previdência, empréstimos consignados e Ipasgo. Ana Carla admitiu a possibilidade de transferir os descontos dos salários para a segunda parcela, mas também não deu uma resposta definitiva sobre o assunto.

Na semana passada, o Estado anunciou que pagaria metade dos salários no mês trabalhado e a outra metade até o quinto dia útil do mês.

Diante das reclamações dos sindicalistas, feitas à imprensa ainda dentro do gabinete da secretária, Ana Carla afirmou que trabalha com transparência e com a realidade do Estado. “Não vou dourar a pílula”, disse a um dos servidores. Ela afirmou que ouviu relatos de “desconforto e transtornos”, mas que prefere ser franca sobre a realidade do Estado.

Ao se despedir dos sindicalistas, a secretária foi questionada sobre a falta de clareza na destinação de recursos para educação – que tem vinculação constitucional – e se comprometeu a detalhar os gastos. “Só merenda escolar que não deixamos atrasar porque seria muito delicado. Mas para o restante, não há recursos. Para obras em escolas, não tem um tostão. Estamos sendo muito cobrados. Mas não tem”, disse Ana Carla à presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação, Bia de Lima.

Em entrevista coletiva, a secretária afirmou que a conversa foi “franca, respeitosa e legítima” e que mostrou a dificuldade do Tesouro em pagar a folha no mês trabalhado – compromisso feito pelo governador Marconi Perillo (PSDB) com os servidores. Questionada sobre a possibilidade de greves, a secretária afirmou que não pode dar uma notícia positiva para depois mudar.

Plano

Ana Carla disse aos servidores que entregou ontem ao governador um plano para aumentar a arrecadação ao longo do ano e a expectativa é de fechá-lo até sexta-feira. “É um projeto do governo como um todo, não só da Sefaz, e que tem como objetivo fortalecer o caixa do Estado.” Embora não adiante as medidas e a expectativa de receita, ela admite que o Estado está analisando mudanças em estatais, venda de terrenos e concessões.

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