Jotta Oliveira – Piranhas
Há alguns anos, Piranhas, tem enfrentado problemas com a questão do transporte de pacientes para cidades possuidoras de uma estrutura maior em relação aos atendimentos na área de saúde. O município oferece atendimentos em casos de baixa e média complexidade, sendo necessário, em muitos casos, encaminhar pacientes para a capital do estado e outras localidades, para realizar diversas cirurgias, exames, consultas e demais procedimentos nos quais a rede de saúde local não possui especialistas, nem equipamentos adequados para realizar.
De acordo com a Secretaria de Saúde de Piranhas, todos os deslocamentos de pacientes a Goiânia e outros centros, são feitos por ambulâncias do município. Informações apuradas pelo Tribuna Piranhense revelaram que há dias em que quatro veículos são deslocados, sendo que, em alguns destes deles, ambulâncias fazem mais de uma viagem em um intervalo menor que 24 horas. Esse excesso de quilômetros percorridos diariamente, somado a idade dos veículos, tem causado diversos problemas mecânicos, chegando a deixar o município, por algumas vezes, sem nenhuma ambulância disponível.
A nossa reportagem apurou que o problema enfrentado pela Secretaria de Saúde não é ressente. Administrações anteriores e futuras devem continuar precisando enviar pacientes para outras localidades, enquanto a cidade não possuir estrutura para realizar procedimentos mais complexos. Hoje, por exemplo, grande parte das fraturas ósseas não podem ser tratadas em Piranhas.
Solução possível
O Tribuna Piranhense ouviu Fernando Lizardo, que, além de vereador pelo PR, é motorista da Secretaria de Saúde. Segundo Fernando, é impossível que as ambulâncias do município suportem a quantidade de deslocamentos realizados. O vereador diz que, além da quantidade de vezes que saem em viagem, há a questão do número de pessoas que vão nos veículos por vês. “As ambulâncias saem lotadas, sem espaço para os pacientes se moverem confortavelmente. Isso vem acontecendo durante muito tempo e é desrespeitoso para com o paciente, que já está sofrendo com alguma enfermidade, e ainda tem que passar por isso”, frisou o vereador.
Fernando Lizardo, que foi presidente da Câmara Municipal de Piranhas em 2013, ao devolver o que sobrou da verba destinada ao Legislativo no ano, deu uma sugestão que pode resolver em grande parte o problema. O vereador do PR sugeriu ao Executivo que os cerca de R$ 96 mil, repassados pelo legislativo em sua gestão, fossem investidos na compra de uma Van destinada à Secretaria de Saúde. “Acredito que a compra de um novo veículo poderia ajudar a solucionar a questão. Eu sugeri que, com o dinheiro que conseguimos economizar em minha gestão como presidente da Câmara, fosse adquirida uma Van Sprinter, com quinze lugares. A atitude pode fazer com que o paciente, que precise ser atendido em outras cidades, tenha mais conforto na viagem. O município também ganha com isso, pois o número de veículos em viagens vai diminuir, gerando economia na manutenção e com combustível”, explicou Fernando, ressaltando ainda que os R$ 96.058,97 foram depositado em uma conta da Prefeitura no dia 30 de dezembro de 2013 e, até agora, sua sugestão não foi atendida.
Nossa reportagem procurou a secretaria de saúde Neuza Aparecida Porto, que nos informou que irá falar sobre o assunto na próxima semana.