(Foto: Reprodução)
Apenas no primeiro mês deste ano, nove pessoas descobriram que são portadoras da Síndrome de Guillain-Barré (SGB) em Goiás. Em todo o ano passado, 61 casos foram registrados, segundo a Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO). Se o ritmo fosse mantido, o número de 2015 seria alcançado em pouco mais de seis meses. Em 2014, foram 40 notificações.
A doença em si não é novidade, mas a preocupação aumenta em função de um possível vínculo com o zika vírus. A Organização Mundial de Saúde (OMS) informou no último sábado que a ocorrência da síndrome aumentou em cinco países, entre eles o Brasil, e que existem fortes indícios de que o fato esteja relacionado ao aumento da incidência do zika, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti. Em Goiás, ainda não há comprovação da ligação.
A SGB é uma doença autoimune. O organismo combate uma bactéria ou um vírus, como o zika, e acaba atacando o sistema nervoso.
A gerente de Vigilância Epidemiológica da SES-GO, Magna Maria de Carvalho, ressalta que é cedo para saber se as ocorrências significam um aumento. Ela lembra que a resolução estabelecida em janeiro torna compulsória a notificação no Estado. Antes, os registros eram apenas de internações pelo Sistema Único de Saúde.
Mesmo assim o Estado já tem se preparado para mais pessoas com a SGB, segundo a gerente. “O protocolo de atendimento é para o HDT, que é referência. Mas agora contaremos com o HGG”, diz. “São casos complexos que necessitam de uma grande estrutura, já que em sua grande maioria os pacientes são internados. As unidades precisam se preparar e não são todas que estão aptas”, reitera. Casos mais graves podem precisar de Unidades de Terapia Intensiva (UTI), exames diferenciados para diagnóstico e tratamento com imunoglobulina que chega a custar R$ 15 mil.
Mais casos
Os dois casos confirmados de Anápolis mostrados pelo POPULAR ontem não estão incluídos no relatório da SES-GO. Além deles, a Secretaria Municipal de Saúde de Anápolis (SMS) confirmou ontem a existência de mais um caso da SGB no município. Agora já são três casos, o mesmo número de todo o ano de 2015.
O último deles, o paciente Daniel Rodrigues Pacheco, está no Hospital Evangélico Goiano (HEG), onde foi internado com um quadro de diarreia que teria evoluído para a síndrome. Os dois primeiros casos da síndrome foram transferidos ontem para o Hospital de Doenças Tropicais (HDT), em Goiânia, a fim de que seja investigada a possível relação com zika. O laudo só deve ser divulgado em 60 dias.