Jotta Oliveira – Do Tribuna Piranhense, em Piranhas
Da Redação com colaboração de Flavia Guerra do Jornal O Hoje
A sessão extraordinária marcada para as 16 horas de hoje (06/06), na Câmara Municipal de Piranhas, pode por um fim no mandato do prefeito Otair Teodoro Leite (PSDB), afastado do cargo após suspeita de envolvimento em crimes investigados pela Operação Tarja Preta, deflagrada pelo Ministério Público (MP/GO), em outubro do ano passado, quando o tucano chegou a ficar preso. A operação apurou a compra ilegal de medicamentos e insumos hospitalares em 27 cidades.
Na sessão de hoje, os vereadores julgarão o parecer final da Comissão Processante, que pede a procedência da acusação de infração político-administrativa por parte do gestor municipal. Se dois terços dos vereadores o condenarem, Otair perde o mandato. O prefeito está afastado desde o dia 31 de março deste ano. Esta é a segunda vez que a justiça tira a chefia do executivo piranhense do tucano. Na primeira vez, Otair Teodoro ficou afastado do dia 18 de outubro de 2013 até 10 de dezembro de 2013.
Os dois afastamentos de Otair Teodoro não têm relação com as investigações da Comissão Processante da Câmara de Piranhas, mas sim, com envolvimento de seu nome na investigação do MP, que investigou 12 prefeitos goianos. Otair passou nove dias no Complexo Prisional Odenir Guimarães, mas foi liberado após prestar esclarecimento aos promotores do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco). O vice-prefeito de Piranhas, André Ariza (PP), assumiu o cargo de prefeito pela primeira vez enquanto Otair ainda estava na cadeia.
A denúncia, conforme lembra o presidente do legislativo piranhense, João Leones Martins (PTB), ao contrário do que ocorre numa Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que investiga e encaminha relatório para o MP, na Comissão Processante, os vereadores julgam pela punição ou não do parlamentar. De acordo com Leones, a tendência é que os vereadores votem pela cassação do mandato. “Na verdade, as provas são bem contundentes”, analisa. Além disso, Otair não mais se manifestou desde a defesa preliminar, chegando a dispensar seu advogado de defesa. “A Câmara teve que oferecer um advogado pra ele”, emenda o petebista.
A Comissão Processante foi instalada após provocação popular, em fevereiro deste ano. A denúncia, levada à Câmara por representantes da sociedade organizada alegou improbidade administrativa na gestão do prefeito. “Qualquer cidadão pode fazer esse tipo de pedido na Câmara”, explica o presidente. No documento, os denunciantes alegaram inoperância da gestão, situação agravada pela suspeita de participação em esquema criminoso para desvio de verbas públicas.